Especialistas refletem sobre cultura organizacional e o futuro

Rafael
31/08/2023

Cultura organizacional foi tema de um dos painéis do evento Hu Summit 2023, organizado pela Humanizadas no dia 23 de agosto, com participação da cofundadora da Nortus, Mirian Coden, ao lado de Adriana Schneider (Humanare) e Adriana Cavalcante (GoHuman). A programação do evento contou com seis painéis em torno do tema: “O futuro é humano – Conectando propósitos, impulsionando mudanças”, com a participação de diversas lideranças e referências em ESG.

Durante o painel sobre cultura organizacional, um dos temas abordados pelo mediador, Vicente Gomes da Corall, foi os desafios de se implementar mudanças em culturas organizacionais em sintonia com as mudanças que o mundo solicita. Em sua resposta, Mirian Coden destacou a importância das organizações compreenderem a cultura organizacional a partir de uma visão mais sistêmica.

“O grande centro de dificuldade é algo que cultivamos há 300 anos como humanidade, que é uma visão mecanicista que, hoje, ainda está envolvendo as interações humanas, como olhamos para os recursos do planeta, e também o dia a dia do mundo corporativo, nesta perspectiva, eu diria, mais linear de ver as coisas, de tratar as pessoas e áreas da organização. (…) Essa perspectiva reduz o que é a cultura organizacional a um olhar parcial. Cultura permeia tudo dentro da organização: a parte econômica, humana, financeira. O que impede um processo de evolução cultural mais saudável é o fato de ainda utilizarmos essa visão de 300 anos para tratar alguns aspectos dentro da organização que já precisam de uma mentalidade mais complexa.”

Para Adriana Schneider, da Humanare, existem várias dimensões para se implementar um processo de evolução cultural nas organizações, todas elas com seus desafios. “No individual, é o investimento em autoconhecimento, em tomar consciência do que precisa ser trabalhado. A nível empresarial, é a dificuldade de manter a coerência, (…) abrir mão de um lucro onde só o empresário ou acionistas ganham e compartilhar com todas as partes envolvidas. Isso é uma mudança muito grande de mindset. É preciso não só se educar, mas educar também a equipe e compreender como é preciso ser mais colaborativo, tomar decisões não pensando somente em você, em sua área e empresa, mas considerando o cliente, os parceiros e a sociedade. (…) E a nível profissional, o desafio é convencer as empresas de que é um investimento a longo prazo, resultado de uma perenidade organizacional; que é preciso investir em lideranças que criem outro patamar de uma economia que já está em curso.”

Alessandra Cavalcante, da GoHuman, destacou a dificuldade das organizações e lideranças de lidarem com a complexidade existente. “Quando estamos falando de cultura, estamos falando de olhares múltiplos, da diversidade, de aceitar. E passar por isso significa compreender como eu, líder, me conheço, consigo perceber em mim essa dificuldade, aceitar essa dificuldade, para poder fazer as grandes viradas, para poder engajar e trazer a organização para o caminho da transformação. Talvez o segundo elemento seja a dificuldade de ir para o lugar da autenticidade. Estou sendo verdadeira? Eu consigo, nesse time, nessa organização, ser quem eu sou, estar na minha melhor versão? Ou eu estou representando uma persona para ser aceita? Essa tem sido a grande bandeira que a gente tem trabalhado como um caminho possível e importante para que as transformações aconteçam.”

Para quem não pôde acompanhar o evento on-line ao vivo, a Humanizadas disponibilizou todos os painéis em seu canal no YouTube. O encerramento da programação teve como tema Futuro do Capitalismo, com a professora de Gestão de Pessoas em Organizações na IESE Business School, Nuria Chinchilla, o professor e co-fundador do Capitalismo Consciente, Raj Sisodia, com a mediação da co-CEO da Humanizadas, Cássia Messias, e do co-CEO e fundador da Humanizadas, Pedro Paro.

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